terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Passo a passo para ser um Quimbandeiro

Olá, daremos sequência ao quarto texto sobre Quimbanda, e neste, falaremos um pouco sobre o passo a passo que deve ser seguido, por um iniciante que deseja adentrar neste culto.

É óbvio que aqui não abordaremos tudo, menos ainda abordaremos em detalhes, pois as informações de Quimbanda que estão na internet são uma pincelada de conhecimento, que jamais dispensará o suporte de um sacerdote sério, honesto e verdadeiro, da vertente a qual você se interessa. 

No texto anterior, enfatizamos alguns detalhes importantes antes de escolher uma vertente de Quimbanda, neste texto ainda daremos algumas dicas complementares, embora o foco seja mais individual, para o futuro adepto. 

1) ESCOLHA DO SACERDOTE

Já analisou a vertente? Essa análise tem que andar junto com a análise do sacerdote. Embora não necessariamente a vertente tenha a ver com a forma como o sacerdote toca o culto, é necessário saber um pouco sobre ele, sua personalidade, e pedir, caso desconfie, PROVAS de que ele é realmente sacerdote. É o famoso: - Quem te Pariu?  De onde você vem? Como você prova para mim que tem credencial para ser sacerdote? 

Essa prova de que ele está apto e autorizado a iniciar pessoas, pode vir de várias formas: papéis e certificados, de preferência reconhecidos em cartórios; filiação a associações religiosas sérias; fotos e vídeos de sua iniciação, ou depoimento do seu mestre/feitor, que lhe deu essa credencial de sacerdote. 

Isso é extremamente importante! Não se arrisque se iniciar com quem ainda não foi ordenado como Mestre/Feitor/Sacerdote/Tatá de Quimbanda. Independente da nomenclatura, e da vertente em questão, ele precisa PROVAR que tem permissão de iniciar outras pessoas. 

Já pensou se iniciar com alguém que ainda não tem permissão para iniciar terceiros? Imagine só a dor de cabeça que seria, ter que pagar tudo de novo a outro sacerdote!  Já tivemos casos em São Paulo-SP, de um “Famoso” sacerdote que sustentou desde os anos 1980, que era iniciado na “Kimbanda”, e após iniciar várias pessoas, por décadas, fazer cursos, palestras, ganhar dinheiro… foi descoberto que ele não era Sacerdote Credenciado naquele Culto! Resultado? Espiritualmente, todos seus “filhos” se tornaram “Filhos de chocadeira”, e “moralmente” foram obrigados a buscar outra obrigação, para que não ficassem irregulares socialmente e espiritualmente. 

Não estamos aqui entrando no mérito de dizer que o culto em questão de tais adeptos, funcionava ou não; e sim de que eles estavam irregulares, pois quem os iniciou, também estava. E aqueles que não buscaram se regularizar, ao serem descobertos, serão ridicularizados e não serão respeitados no meio religioso. 

Procure conhecer o jeito de ser do seu sacerdote, alguns serão mais tolerantes, pacientes, outros serão “pavio curto”… e você tem que se adaptar a isso. Se o seu ego se fere facilmente, evite sacerdotes que dão “coices” com certa facilidade e frequência. 


2)  A QUESTÃO FINANCEIRA

Todos os cultos de Quimbanda possuem gastos fixos e dependendo das vertentes, isso tem uma razão específica. Falando um pouco da minha vivência, para que não seja necessário eu adentrar em vertentes e conceitos que não vivo nem pratico: 

- Toda semana, vai ter que trocar a vela de 07 dias, toda semana, trocar a bebida que é servida no copo, todo mês, terá que servir uma oferenda/frente as entidades, entre 01 a 03 meses, deverá trocar a bebida/líquido que fica dentro da quartinha… a cada 06 meses, deverá ofertar obrigação em forma de sacrifício… 

Tudo isso, são gastos fixos, um imposto para que as entidades se mantenham minimamente equilibradas ao seu lado. Fora isso, deverá fazer feitiços ao seu favor, sempre que necessário, e não confiar que obrigatoriamente, essa manutenção mensal/semestral que você faz, será suficiente para suprir todas as suas necessidades. 

Além disso, se você não tem axé de faca, provavelmente terá que pagar para fazerem isso, o que vai elevar mais os custos.  (axé de faca, é a permissão espiritual para realizar sacrifícios, mas isso é outro tema…) 

Outro ponto, na hora de escolher uma vertente, não se atente apenas a questão “preço”, de nada adianta se iniciar com um mestre chato, que não vai te dar suporte, que não vai te ajudar a se desenvolver, em troca de uma “iniciação comunitária” a “preços socialistas”. 

É bom sim, ter uma média de preço, mas jamais se basear somente nisso para escolher uma vertente e um mestre. Em minha experiência, o investimento na Quimbanda é reposto até com certa rapidez, o que me faz crer que essa economia em iniciação, é inútil e sempre que possível, busque formas de parcelamento que sejam boas para ambos, como cartão de crédito por exemplo.  


3) A QUESTÃO DO ESPAÇO

Não se faz culto de Exu e Pombagira, na sala de casa, no quarto de dormir, ou ao relento, é preciso ter UM QUARTO exclusivo para o culto. Salvo algumas exceções, pode ser até mesmo dentro de casa. Se você não tem um local para culto, e quer se iniciar, procure ver com seu mestre, valores para deixar suas entidades no local dele, e periodicamente vá cuidar delas, fazendo as devidas manutenções. Em outros casos, alugue uma casa maior, para tocar seu culto de forma independente, afinal, como diz um ditado: nunca é caro demais o preço a se pagar, para ser dono de si mesmo. 


No próximo texto, seguiremos dando dicas a quem deseja adentrar no Culto quimbandeiro. 


Até lá! 

Contato Mago Luberoth 

www.magoluberoth.com.br

E-mail: magoluberoth@gmail.com

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Bruxaria Tradicional - Bruxa(o), os "caminhantes" por excelência e quando a Lua nasce [Parte II]

Uma das possibilidades da "personificação" é a capacidade da Bruxa(o) de "entrar" no corpo da Deidade, uma metáfora de quando a Lua nasce durante o dia. Nesta capacidade de "tomar" a forma física da Deidade,  a Bruxa(o) é  a manifestação da força e poder.

O habito de caminhar longas distancias - muito comum a Bruxa(o) - expressa o ciclo habitual do Sol e da Lua pela abóbada celeste. Uma analogia ao "viver corretamente" e neste sentido, o astro é o guia principal. O caminhar bem, significa a ideia de pensar bem. É uma maneira de fortalecer a atitude da Bruxa(o) diante de si mesma, o que reflete em sua relação como um condutor das relações com a comunidade e o cosmos. 

O caminhar do Sol e da Lua é o ideal ético da Bruxa(o). Caminhar bem, pensar bem, como o Sol e a Lua  fazem, um ensinamento e demonstração concreta da Deidade. As curas rituais, não representam apenas a cura do corpo das enfermidades, são o retorno ao caminhar e pensar bem.

Este caminho é também parte da paisagem, um espaço e tempo de transmissão de conhecimento. É por onde dimensionamos as nossas noções em relação existência. Igualmente, somos o Fogo durante o dia  e a Luz durante a noite,  que caminha e, podemos sofrer cansaços e enfermidades.

Esta é a razão das oferendas antes dos rituais, para que a Deidade receba - coma e beba - primeiro, para que tenha força em seu caminho. Caminhar bem, é um preceito máximo para o iniciado e adquire um carácter ritual, é o simbolo da força e poder da Bruxa(o).


Alex Andras

Os caminhos do Ocultismo

Os caminhos a trilhar no Ocultismo são muitos, mas iremos começar com o que eu chamo de divisores do fluxo do rio.  "O que está e...