Uma das possibilidades da "personificação" é a capacidade da Bruxa(o) de "entrar" no corpo da Deidade, uma metáfora de quando a Lua nasce durante o dia. Nesta capacidade de "tomar" a forma física da Deidade, a Bruxa(o) é a manifestação da força e poder.
O habito de caminhar longas distancias - muito comum a Bruxa(o) - expressa o ciclo habitual do Sol e da Lua pela abóbada celeste. Uma analogia ao "viver corretamente" e neste sentido, o astro é o guia principal. O caminhar bem, significa a ideia de pensar bem. É uma maneira de fortalecer a atitude da Bruxa(o) diante de si mesma, o que reflete em sua relação como um condutor das relações com a comunidade e o cosmos.
O caminhar do Sol e da Lua é o ideal ético da Bruxa(o). Caminhar bem, pensar bem, como o Sol e a Lua fazem, um ensinamento e demonstração concreta da Deidade. As curas rituais, não representam apenas a cura do corpo das enfermidades, são o retorno ao caminhar e pensar bem.
Este caminho é também parte da paisagem, um espaço e tempo de transmissão de conhecimento. É por onde dimensionamos as nossas noções em relação existência. Igualmente, somos o Fogo durante o dia e a Luz durante a noite, que caminha e, podemos sofrer cansaços e enfermidades.
Esta é a razão das oferendas antes dos rituais, para que a Deidade receba - coma e beba - primeiro, para que tenha força em seu caminho. Caminhar bem, é um preceito máximo para o iniciado e adquire um carácter ritual, é o simbolo da força e poder da Bruxa(o).
Alex Andras
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