No brasil, este é um dos cultos mais populares do
caminho da mão
esquerda. Muito valorizado na nossa diáspora e também razão de muita discórdia nas RAB (Religiões Afro-Brasileiras).
Isto porque, tal qual acontece em
religiões
fruto da diáspora,
muitos querem deter o controle e o monopólio religioso desta entidade, para se colocarem como
baluartes do fundamento, da verdade, da doutrina, de um culto que naturalmente
não
possui codificação escrita universal, e menos ainda possui alguma ligação de exclusividade com algum culto
afro-brasileiro, embora tenha uma relação muito próxima com muitos.
Mas, como a Quimbanda surgiu?
Entendemos a "Quimbanda",
como sendo o culto a Exú e Pombagira e antes de falarmos sobre o culto em si,
falaremos brevemente sobre quem é: Exú e Pombagira.
Exú e Pombagira são espíritos humanos, pertencentes a nossa Ancestralidade
Coletiva. Na nossa diáspora, eles são "Representantes do Arquétipo do Orixá Exú", que é uma divindade.
Tudo aquilo que a Divindade Exú Representa, em suas características, os Espíritos Humanos seguem a mesma dinâmica. Obviamente que não necessariamente, isso vai significar
que a divindade estará por trás destes espíritos humanos; mas a divindade é a ideia primária que norteia a atuação destes espíritos.
Existem muitas versões sobre a origem destes espíritos e aqui não irei me estender sobre diferentes visões, e sim sobre a visão que acredito e que também pode ser o mesmo ponto de vista de
outras pessoas.
Sobre a Origem dos Espíritos Humanos chamados de Exu e Pombagira, a questão envolve ancestralidade coletiva
brasileira, representando aspectos de nossa miscigenação e também aspectos sociais e culturais deste
nosso país
continental. Sendo assim, acredita-se
que durante um tempo, os cultos
afro-brasileiros marginalizados eram algo quase que restrito aos escravos,
existindo os Transes e incorporações que aconteciam nos chamados “cultos menores”, que eram cultos mais pequenos, de
codificação volúvel e curta e onde se evocava uma ancestralidade mais
familiar e parental dos envolvidos ali.
A medida que o tempo foi passando e mais pessoas foram adentrando e mostrando
interesse, estes cultos passaram a se moldar e aos poucos deixando seus
fundamentos mais e mais complexos. Isso
pôs
fim aos espíritos
familiares, que foram reduzindo sua manifestação, e novos espíritos de nomes Arquetípicos passaram a se manifestar em nome da Ancestralidade
Coletiva. Várias
classes de espíritos
se manifestavam, e os espíritos chamados Exús e Pombagiras começaram aí sua trajetória na diáspora brasileira.
Vários
cultos foram com o tempo tomando forma, se credenciando como fundamentos sérios, como a Umbanda, algumas casas de
Candomblé
que tinham um culto cruzado, cultuando orixás e espíritos humanos, as Encantarias também absorveram Exu, e também posteriormente o Cotimbó e a Quimbanda Independente (em suas
diversas vertentes).
Exú nunca foi propriedade de nenhum outro culto,
ele sempre foi de quem quisesse ter ao seu lado a sua energia, e o tratasse com
o mínimo
de respeito e consideração.
Exú
é
uma energia Masculina, enquanto Pombagira é uma energia feminina.
Falamos mais acima que Exú representa o Orixá Exú, sua atuação, como também aspectos humanos da nossa sociedade, além de aspectos regionais e culturais
adaptáveis
de época
em época.
“Pombogira”, também chamada de Pombagira ou Bombogira, é a contraparte feminina de Exú. Em alguns cultos, também é chamada de Exú Mulher. Pombagira é
um Exú,
ela representa tudo aquilo que Exú Representa em sua totalidade, mas seu nome “Pombagira” é uma corruptela da Língua Banto, do povo de angola, que faz referência a uma de suas divindades.
Não
existe superioridade entre um Exú e Pombagira, ambos, força masculina e feminina, possuem a mesma força, sendo a hierarquia definida
conforme as doutrinas e fundamentos de cada terreiro ou local onde são cultuados.
A Quimbanda em si, pode ser “muita coisa”. Desde um método de trabalho, uma ferramenta inserida em um culto, que é o que chamamos de Quimbanda
Dependente; como também ser o Culto Principal de alguém, com uma codificação vasta, e muito fundamento ritualístico; é o que chamamos de Quimbanda Independente.
No próximo
texto, falarei um pouco mais sobre As vertentes de Quimbanda, em uma breve história de como elas surgiram, e suas
particularidades.
Até
lá!
Luberoth
Contato: www.magoluberoth.com.br
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