"Então disse Javé Deus: 'Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre'".
Gênesis 3:22
O que é a árvore da vida?
A árvore da vida é uma estrutura metafórica criada por cabalistas que representa, nada mais nada menos do que TUDO, tanto a formação do mundo, quanto a formação do homem, quando a formação dos seres celestiais, tanto quanto a própria evolução do homem.
A árvore pode ser lida tanto de cima para baixo, como de baixo para cima. De cima para baixo ela conta a história da criação do mundo e da humanidade e de baixo para cima ela mostra a evolução do homem até o estágio final Kether/Kether (nirvana, iluminação total) e é exatamente por isso que em Gênesis Javé Deus (uma das faces dele) diz que quem comer do fruto dela (as esferas) viverá eternamente.
Se vocês olharem bem para a árvore, verão que há nos galhos dela diferentes esferas com nomes dentro da mesma (escritos em hebraico), cada esfera representa um estágio da criação e da evolução:
DE CIMA PARA BAIXO (A CRIAÇÃO)
É muito difundido pelos cristãos em geral o mito da criação e é popularmente acreditado que aquilo tudo ocorreu de forma literal e que Javé Deus realmente ficou bravo pelo pecado de Adão e Eva e por causa dos mesmos toda a humanidade sofre, sendo então visto como o ato de comer a fruta proibida, o ato do pecador original.
Esqueçam tudo isso, parem por um minuto e esvaziem sua mente de antigos dogmas e histórias difundidas de modo incorreto.
"Mas por que é incorreto?"
Na bíblia cristã há o antigo testamento, que é a Torá, a Torá é compreendida e interpretada pelo Zohar e também pelo Sefer Yetzirah, portanto, apenas aqueles que têm o conhecimento de ambos os livros podem compreender as metáforas (nada das metáforas ali realmente aconteceram) do Antigo Testamento e principalmente, da Criação.
É muito importante ter em mente que os cabalistas (os mesmos que escreveram a Torá, Zohar e Sefer) utilizavam de metáforas, correlações para explicar aquilo que receberam do divino, portanto, nunca interprete a Bíblia de forma literal, é um grande erro. É crucial também entender que a bíblia não é apenas um livro espiritual, mas também político e muitos dos episódios lá contidos são de momentos políticos dos hebreus e dos povos da época (por exemplo: Lúcifer, naquele contexto não é um anjo caído, mas sim o nome atribuído para o rei Nabucodosor)
O objetivo aqui não é renegar o que as grandes religiões monoteístas hoje ensinam, mas sim propor uma nova visão, mais pacífica, com menos preconceitos, achismos e o ódio que hoje são tanto disseminados utilizando as palavras do Antigo Testamento, muito mal compreendido por muitos. Esse texto tem a finalidade de explicar, através do ensinamento do Zohar e Sefer Yetzirah as metáforas contidas na Torá.
O objetivo aqui não é renegar o que as grandes religiões monoteístas hoje ensinam, mas sim propor uma nova visão, mais pacífica, com menos preconceitos, achismos e o ódio que hoje são tanto disseminados utilizando as palavras do Antigo Testamento, muito mal compreendido por muitos. Esse texto tem a finalidade de explicar, através do ensinamento do Zohar e Sefer Yetzirah as metáforas contidas na Torá.
Prosseguindo....
Então, qual seria a real interpretação da Criação (de acordo com a interpretação do Sefer Yetzirá e do Zohar)?
No início não havia nada, apenas o Criador (Todo) e o Todo era o Tudo e como o Criador é "bom" ele tem o desejo infinito de doar e esse desejo foi denominado como Kether (reparem, a primeira esfera se chama Kether), Kether é o desejo do Criador.
Então o Todo (Criador) em sua grande capacidade mental (mente infinita quando visualiza, a visualização se materializa, isso vem do Caibalion que depois deverá ser lido por vocês) começa o processo de criação do mundo. Como ele é imensurável, ele começa a se fragmentar (e essa é a maior pegada que será compreendida apenas depois):
O Todo habita no mundo chamado Ain Soph, ele não só habita como ele se torna o próprio mundo de Ain Soph (sem limites) apenas lá cabe ele. Então ele se fragmenta e cria o mundo de Atzilut (mundo das emanações) nele o Shekinah, a alma do universo, governa sozinho, porque não há mais espaço para nada, o mundo das emanações apenas emana (enquanto eu falo, coloquem a árvore da vida ao lado e observem sua estrutura e as palavras que nela contém).
Então ele se fragmenta novamente e cria o mundo Beriah ou Briá (o mundo da criação), neste mundo já habitam seres celestiais, os conhecidos anjos Tronos, mas isso não é o suficiente, porque os anjos não podem nada receber, pois já atingiram a iluminação, então se fragmenta de novo e cria-se Yetzira (mundo da formação) e nele habitam criaturas sagradas e outros anjos que são comandados por Metatron.
Mas ainda não é o suficiente e por fim é criado Assiyah, o mundo próximo ao nosso mundo e nele habitam os anjos que combatem o mal e o primeiro ser humano Adam Kadmon (daí que vem Adão), Adam Kadmon não é propriamente um homem, mas sim a figura que representa TODA a humanidade (toda a humanidade está contida em Adam Kadmon). Ao lado de Assiyah há um ponto pequeno, que é o nosso universo.
Adam Kadmon transitou por outros mundos a fim de lidar com seus desejos, em Ain Soph os desejos egoístas eram já corrigidos, porém em Assiyah eles estavam mais fortes, por isso ele trabalhava com pequenos desejos a fim de lidá-los de uma forma não egoísta,(os desejos são presentes do Criador, lembra que ele tem a eterna vontade de dar?), porém ele não tinha conhecimento de seus próprios desejos não corrigidos (os desejos mais fortes), então o Criador, na intenção de que Adam pudesse aprender a lidar de forma altruísta com os desejos mais fortes põe Daath (a fruta proibida), que significa conhecimento e induz (sim, induz) Adam Kadmon a "comer" da fruta do conhecimento do bem e do mal e então, Adam Kadmon "come" então do conhecimento e não suporta, descobrindo que ele é egoísta nesses desejos e que deveria corrigir esse estado.
Então Adam Kadmon percebe que está nu (essa é uma metáfora genial), porque não há mais a tela (o véu, conhecido como Maya no hinduísmo) que cobria e cegava Adam de seus desejos egoístas, não há mais a ilusão de que ele era perfeito e então ele sai do Éden (metáfora para o estado ilusório perfeito em que ele achava que se encontrara) e sai pelo mundo para corrigir seu egoísmo.
O primeiro passo da correção era se fragmentar em pequenas partes, para que os desejos egoístas pudessem ser divididos e mais fáceis de corrigir, porque assim eles ficavam menores. As partes de Adam Kadmon continuam se dividindo, essas partes são nossa alma e cada alma carrega um desejo egoísta (por isso somos criaturas egoístas) e cabe a nós corrigirmos esse desejo, para que possamos por fim, nos unificar novamente em Adam Kadmon limpos, evoluídos e por fim reunir-se ao Todo em Ain Soph, porque corrigimos e lidamos com os desejos mais fortes a fim de não utilizá-los de forma egoísta.
Então define-se assim, a árvore da vida de cima para baixo:
Kether - Desejo do Criador
Hochma - Nossa recepção desse desejo
Biná - O desejo de dar ao Criador aquilo que recebemos
Tiferet- Receber com o propósito de dar ao Criador
Malkuth - O puro desejo de receber a verdadeira raiz das criaturas (nós).
Por Catarina Florentz @os7portais
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