O Que é Tantra? (Parte dois)
por Youssef Ishbaq @youssefishbaqoficial @os7portais
(continuação) daí a característica matriarcal [dar a vida para outros seres humanos]. Desta se desdobram as demais características [sensorial e des-repressora]. A mulher dá a luz por seu ventre, isso é sensorial. Alimenta os filhos com seu seio, isso também é sensorial. Não poderia ser contra a valorização do corpo, não poderia ser anti-sensorial como os brahmácharyas. A mulher é sempre mais carinhosa e liberal que o pai, inclusive pelo fato que seus filhos nasceram de seu corpo e não do pai.
E também porque é próprio da natureza do macho ser mais agressivo e menos sensível. Pode ser que tal comportamento tenha muita influencia cultura, mas é também reforçado sem dúvida, por componentes biológicos.
Nota [01] O Tantrismo Ancestral na Tradição Uga-Mus é fundamentado no Tântra Ancestral de origem Dravídica e não acomoda as práticas do Tântra moderno Branco ou Negro.
Por tudo isso e incluindo como consequência da sensorialidade, se desdobra a característica des-repressora da Tántra. O impulso por prazer sexual não é obstacularizado ou reprimido como ocorre em outras linhas comportamentais. Pelo contrario, o Tántra considera o prazer sexual como uma via bastante valida na conquista do desenvolvimento interior.
Assim, era o povo Drávida, que vivia antigamente em um território hoje ocupado pela Índia e Paquistão. Assim, era o Tántra que nasceu desse povo e assim era a Yôga que existia naquela época: uma Yôga Tántrica.
Mas como sempre, um dia a Índia começou a ser invadida pelas ordens de guerreiros sub-bárbaros, chamados de Áryas ou Arios. Ao guerreiro não se pode importar envolver-se mais profundamente com a mulher, nem consequentemente com a família e o afeto. Seria inclusive incoerente. Não poderia ter laços que o suavizasse, ou se sentiria acovardado frente a experiencia da luta e da morte sempre eminente. Então, por está época, estes interesses [por guerras] se volta contra a influencia da mulher [cultura matriarcal], que segundo a sua compreensão frenaria sua liberdade e seu impulso belicoso. Isto também significava estar contrario aos prazeres que lhes proporcionariam comodidade.
Consequentemente, estar contra a sensorialidade, porque tão pouco poderiam permitir-se a sensibilidade a dor durante um combate ou diante de uma tortura. Por tudo isso, surge o comportamento anti-sensorial e restritivo a mulher e contrário ao prazer. Em consequência disso, se volta repressor, pois começa a proibir o sexo, a convivência com a mulher e os prazeres em geral. Tempos depois está restrição é expandida, tornando-se uma "maneira de ser", uma filosofia comportamental.
Quando os Arios ocupam a Índia [há 3.500 anos], impuseram a cultura brahmácharya ou seja a cultura comportamental patriarcal, anti-sensorial e repressora e proibiram, portanto, a cultura Tántrica ou seja a cultura comportamental matriarcal, sensorial e des-repressora, por ser oposta ao regime vigente dos Arios. como se não bastasse, quem praticava o Tántra e reverenciava a mulher ou as divindades femininas, seriam acusados de subversão e traição. Como tal, seria perseguidos, capturados e torturados até a morte.
Dessa forma, com sua proibição por razões culturais, raciais e politicas, o Tántra se tornou uma tradição secreta e continua assim até hoje. Isso porque continuamos vivendo em um mundo marcadamente bramácharya patriarcal, anti-sensorial e repressor, não somente na Índia, mas na maior parte das culturas e nações do mundo.
Parte 3, aqui.
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