domingo, 25 de março de 2018
quarta-feira, 21 de março de 2018
Tantra - A Sexualidade Sagrada
O tantra (última parte)
por Youssef Ishbaq @youssefishbaqoficial @os7portais
Maithuna [Sexo] com sensibilidade e a Sexualidade Sagrada
Existe uma diferença entre Sexualidade e Genitalidade, embora esta questão seja apenas percebida por iniciadas[os]. A Genitalidade é o que podemos chamar de instinto corporal [o Ato Sexo-Coito com um fim em si mesmo] e a Sexualidade é o que podemos perceber como Energia Sexual [Sexualidade Sagrado].
O Maithuna [Ato Sexo] no Tántra.
Maithuna [ato sexual] é a percepção sensorial da mulher e do homem como sendo a mulher a "encarnação" da própria divindade. Está percepção consciente entre a mulher e o homem tántrico nos faz perceber a Sexualidade e o entrelaçamento entre os parceiros tántricos como algo Sublime, onde as partes se tornam capazes de conceder, um ao outra um estado de Graça. Maithuna se estabelece para obter a pureza [eliminação de ruídos] durante o ato sexual, nos levando à "Alquimia" da Sexualidade Sagrada. As técnicas de Maithuna pertencem a Tradição Ancestral secreta Gupta Viyá [ciência secreta], é para o despertar da Kundaliní [a serpente que se eleva] e a eclosão do Samádhi [auto-conhecimento].
Os níveis de Maithuna [Ato Sexo] no Tántra.
[1] relação sexual mental - isso ocorre quando uma pessoa deseja a outra e visualiza um ato sexual de amor com ela, e começa a desencadear as forças do tántra. Assim, tudo que foi produzido em um plano objetivo, é como uma cristalização [materialização] do que foi inicialmente plasmado em um plano subjetivo. Assim que uma das partes "mentalize" ou energize uma aproximação com a outra, esta intenção se tornará uma realidade. Mesmo que essa prática [energética] contribua para a realização do que foi visualizado, jamais poderá ser realizada sem a livre vontade das partes [permissão].
Se a "energização" encontrar um campo de reciprocidade favorável ou inclusive neutro, será realizada. No entanto, quando a outra pessoa não quer, as leis naturais impedem que a liberdade da pessoa seja violada.
[2] relação sexual do olhar - O olhar tem um poder extraordinário para estabelecer laços profundos entre pessoas, gerar amor e desencadear excitação amorosa e estabelecer vínculos definitivos entre duas pessoas.
[3] relação sexual da direção das palavras - Falar com alguém, olhar ou toca-la [lo] poderá manifestar modulações das mais variadas, que vão desde uma contado assexuado até deflagrar a chama do Maithuna ou poderá inibir e desconectar qualquer estimulo. Escolher bem o tom de voz e as palavras é fundamental.
[4] relação sexual pelo toque - O toque poderá ser estimulante ou desestimulante. Pode se carinhoso ou generoso. Pode ser, simplesmente, um toque neutro. Quase sempre nos tocamos de maneira inadequada, um toque pode transformar as energias e impactar a pessoa de maneira positiva ou negativa. No entanto, o toque é uma Arte que devemos desenvolver cuidadosamente e estar atento aos pontos sensíveis da
pessoa.
[5] relação sexual pelo beijo - O Beijar [tántrico] é fazer amor. Tocar com os lábios suavemente os lábios de uma parceira[o] no tántra, permite que as texturas, temperaturas e aromas seja compartilhados e desfrutados. Constitui uma oferenda e proporciona privilégios. A saliva é considera como sendo
semelhante a um orgasmo. O mesmo "condimento" que excita a boca, excita a sexualidade.
[6] relação sexual da caricia corporal - Cada pessoa sente mais prazer em determinadas áreas do corpo e com diferentes formas de caricias. Saber dessas áreas é fundamental para uma relação sexual integrativa e profunda.
[7] relação sexual da penetração - Em um contato sexual tántrico a penetração acontece quando chega o momento apropriado. Como no tántra o objetivo principal não é a ejaculação pela via do domínio e possessão do homem [patriarcal, anti-sensorial e repressor] sobre a mulher, a ejaculação poderá simplesmente não ocorrer durante um ato sexual, o orgasmo [duas coisas diferentes] sim. No Tántra o Orgasmo é considerado como o momento da manifestação ou co-criação da Energia Sexual, energia esta que tem a capacidade criativa e poderá ser direcionada para impulsionar os propósitos de realizações da vida pessoal ou coletiva dos companheiros tántricos.
A Sexualidade Sagrada [Tántra] poderá ser iniciada ou finalizada desde qualquer um desses 7 níveis ou seguir por todos os níveis. Acontece de a Energia Sexual necessária ser manifestada desde qualquer um desses níveis e ser concluído como um ato Sexual Sagrado.
[fim].
domingo, 18 de março de 2018
Tarot
Tarot Iluminatti |
O Tarot, ou
tarô, começou apenas como um simples jogo de 78 cartas, jogado na França e seus
vizinhos, em meados do século XV. Tido
como um jogo de nobres na Europa continental, começou com 21 cartas chamadas de
trunfos, 1 curinga e 4 conjuntos de naipes contendo 14 cartas, sendo 10 numeradas e 4
figuras.
Primeiro jogo de cartas, do qual originou o oráculo tradicional de Tarot |
A partir do
século XVII, o simples jogo passou a ser testado e usado pra fins divinatórios,
sendo chamado de Tarot Esotérico, no fim do século XIX, passou a fazer parte da
aba do esoterismo e difundido pelo meio
ocultista, juntamente com a
cabala, alquimia, astrologia, hermetismo.
A origem
certa do Tarot, ainda permanece uma incógnita, mesmo levando em considerações,
diversos livros e pesquisas sobre o mesmo, ainda não é possível dizer com
precisão seu surgimento, mas apenas estimar, as primeiras lâminas das quais se
tem registro foram confeccionadas em 1392, dando origem ao Tarot de Marselha –
o mais clássico dentre todos.
Tarot de Marselha |
Um
ocultista, estudioso das artes divinatórias, Alliette, após a Revolução Francesa, foi o responsável pelo desenho e criação do primeiro baralho
esotérico. Utilizou seus conhecimentos astrológicos e cultura egípcia, para
atribuir símbolos e textos que trouxessem a luz, os atuais significados
divinatórios às cartas. Segundo ele, Hermes Trimigesto e mais alguns magos
herméticos, teriam escrito o livro de THOT, num templo situado em Memphis,
Egito. Após algum tempo de sua difusão, Mademoiselle Marie Anne Le Normand,
tornou popular a divinação, no reinado de Napoleão.
Algumas
teorias afirmam que, os ciganos nos territórios da Suíça, Itália e Espanha,
foram responsáveis pela expansão do Tarot e da cartomancia na Europa, passando
a ter função adivinhatória popular.
Desde sua
criação, diversos baralhos diferentes têm sido criados, uns seguindo os
tradicionais, outros seguindo inspiração divina. Alguns contem imagens de
fadas, deuses, anjos, com estilos variados: góticos, tradicionais, fantásticos,
e outros estilos. Embora sejam oráculos, não seguem estruturas tradicionais:
invertem naipes por exemplo.
Baralho de Anne Stokes |
Tarot baseado no seriado GOT |
Para que
serve o estudo do Tarot?
Formado por
22 cartas (lâminas) os Arcanos Maiores e 56 como Arcanos Menores. Arcano vem da
palavra em latim “Arcanum” que quer dizer mistério. É uma jornada pessoal. É a
busca pelo amadurecimento, através do significado de cada carta.
Compreensão
dos conselhos que nos é dado, pelo estudo das emoções humanas, angústias, medo,
incertezas. Serve pra adivinhar, esclarecer, como autoajuda, revigorar ânimos,
fazer uma pessoa acreditar em seu potencial e melhorar suas habilidades,
trazer a tona, verdades do inconsciente
e manifestar no consciente.
Ao buscarem
cartomantes e tarólogos, as pessoas estão acostumadas a fazerem uma série de perguntas
para descobrir o futuro, única coisa que permanece desconhecida aos olhos
humanos, já que hoje, a ciência é capaz de responder de forma lógica a maioria
dos eventos seja pela biologia, química, matemática, física e etc. Mas nota-se,
que não estão preparados pra frustração que vem, ao descobrir que aquele
emprego previsto, há 2 meses não veio, pois o foco ficou apenas no que foi dito
pelo oraculista, mas não em mudar atitudes, de dentro pra fora, ou mover ações
pra gerar consequências, sendo que o futuro depende do presente. Para que ele
seja concluído da forma que o Tarot
previu, necessita de ação e movimentação.
Empregos não batem a porta sem
que você distribua currículos ou faça esforços pra mudar seu estado atual. É
preciso sair da inércia. Aquele cargo novo na empresa, não será seu, se você
não mostrar suas habilidades inerentes ao cargo almejado. Outra pessoa foi
atrás da oportunidade, mostrou habilidades compatíveis e logicamente conseguiu
na sua frente. Isso não significa que o tarólogo estava errado, quando disse
que viu você obtendo sucesso, mas você provavelmente ignorou a atitude mais
importante: ação, para gerar a reação que mais almejava.
O futuro
visto não é imutável, depende do presente e depende que cada qual faça sua
parte.
Tarot Egípcio |
Métodos de
tiragens
Existem
vários métodos de tiragens, desde os descritos em livros de Tarologia como
aquele adaptado por você mesmo. Segue alguns métodos:
· Tiragem
de uma carta: usada para meditação e estudo;
· Tiragem
de duas cartas: situação e desafio;
· Tiragem
de três cartas: tiragem simples e prática;
· Tiragem
em cruz: feito com 5 cartas, bastante flexível
·
Kairallah:
feita com 4 cartas mais a inclusão de uma quinta carta sorteada;
·
Péladan:
feita com 5 cartas;
Dicas para
aprendizado do Tarot
São dicas
que eu sigo e que acho confortáveis pra mim, pode-se adaptar conforme
preferência e instinto pessoal.
Lembrando que, o oráculo é justamente uma conexão divina, onde você procurar
comunicar da melhor maneira com o ‘eu interior’ e as verdades ocultas:
- Documente cada tiragem. Coloque, por exemplo, data, hora, dia da semana, correspondência planetária, significados das tiragens e etc;
- Isso vai ajudar no amadurecimento e aprendizado de cada lâmina;
- Estude e pratique por muito tempo cada lâmina e seu significado;
- Esqueça as cartas invertidas enquanto iniciante;
- O tarô não pertence a nenhuma ordem, religião ou fraternidade, sinta-se livre pra estudá-lo;
- Impossível interpretação do Tarô corretamente sem bastante estudo, dedicação em cursos e leituras de livros;
- Medite cada carta por um tempo, alguns dizem que a meditação de cada carta leva 21 dias, particularmente acho muito tempo, pode ser feito em menor tempo, desde que você tenha segurança pra passar pra meditação da próxima carta;
- Foque no significado do Arcano;
- Aprender a fazer ‘leitura literal’ de cada lâmina, o verbalizar apenas o que cada uma realmente significa;
- Enquanto iniciante estudar tiragens simples, tiragens como Mandala Astrológica e Cruz Celta devem ser deixadas para quando tiver segurança perante os estudos;
- Dicas extras: se refere ao cuidado e manuseio do tarot, como guardar em caixa ou em saquinhos de tecido, manusear com as mãos limpas, evitar molhar, alguns incensos soltam fuligens e acaba manchando as cartas;
Imprima aqui o deck do Universal Rider-Waite-Smith
" Somos o caos na ordem e a ordem no caos "
Por Matahari Del Rey
sábado, 17 de março de 2018
Panteão Egípcio
PARTE I
No Antigo
Egito, a religião era primordial e teocêntrica, estava presente do nascimento
até a morte do individuo (ritos fúnebres). Os deuses participavam das
atividades corriqueiras, festas, ritos de casamentos, ou seja, em todas as
atividades humanas eles eram lembrados e homenageados.
A religião
era de cunho politeísta, antropozoomórfica, suas crenças foram registradas no
Livro dos Mortos. Os Egípcios acreditavam em vida após a morte, que os levaram
a desenvolver técnicas de mumificação, para garantia da passagem para outra
vida, pois eles acreditavam que a alma, precisava de um corpo conservado para
morar por toda eternidade.
Os Egípcios
tinham incontáveis deuses com aparência e funções variadas, sendo universais ou
apenas locais/ regionais. As artes, como pinturas e esculturas, eram dedicadas
à glorificação desses deuses.
O início da cosmogonia
*Existem teorias que
encaixam THOTH como filho de SETH, em outras de RÁ-ATUM, nesse caso ele se
senta na barca de seu Pai junto com Bastet.
Cosmogonia é
qualquer modelo, teoria ou especulação sobre criação do Universo nos mitos
religiosos, tendo em muitos deles a água, como substância primordial da criação.
Para os
egípcios, a criação se dá de um único ato da vontade suprema, a partir da
escuridão do caos original.
Seu criador
era NUN, o espírito primogênito, que possui aspecto de barro. De NUN, surgiu a
primeira força em forma de espírito de LUZ, RÁ, o pai de tudo que habita sob
seus raios.
Da vontade
de Rá, irá nascer os dois primeiros filhos diferenciados: Tefnet deusa das
águas que caem na terra e Chu deus do ar, permanecendo no firmamento
compartilhando a glória do Pai e seu poder (e eles permaneceram ‘incesto’ lugar
em safadeza ahhshshagh)
Tefnet e Chu
se unem e criam dois novos filhos, Geb, deus da terra e Nut, deusa do céu, que
também se unem e criam os 4 filhos do céu e da terra, formando a primeira
geração de deuses a viverem no solo do Egito, dando luz a ideia de bem e mal morte
e vida. São eles: ÍSIS, OSÍRIS, NÉFTIS e SETH.
*Conta-se que Rá, o
deus SOL e da criação, ficou irado com a união de Nut, a estrelada, com GEB,
personificação masculina da terra, pois tinha muito medo de ser destronado.
Sendo assim, quando descobriu a existência dos filhos desses deuses, obrigou a
Shu, o AR, que permanecesse entre eles, os separando pelo sopro, evitando
assim, o nascimento de novos deuses.
RÁ
Em alguns
cultos, chamado de ATUM-RÁ, outros AMÓN-RÁ e em alguns mitos ele se funde com
HÓRUS, formando RÁ-HORAKHTY. Há outro mito em que Rá se metamorfoseia em ATON,
isso no reinado de Amenhotep III. O deus Sol, dono da barca Solar. Tem sua
personificação associada ao falcão e ao gavião. Rá guerreia com a serpente
APÓPHIS ou APEP, personificação do caos, ao cair de cada noite (diga-se de
passagem, leva um pau da Apep toda noite, já que logo foi substituído pelo
poderoso Seth, por estar velho e cansado).
OSÍRIS
Considerado o primeiro faraó da terra, filho
mais velho de Geb e Nut, deus que julga os mortos e também responsável por
fartura.
Sua
representação como animal era rara. A cor verde ou negra para sua pele era a tonalidade
mais usada, como representação de renascimento e fertilidade. Consorte de sua
irmã Ísis, pai de Hórus, foi o deus mais famoso do panteão egípcio devido aos
inúmeros templos levantados. Dono de um dos maiores e mais complexos mitos,
guerreia com seu irmão Seth, onde tem seu corpo encarcerado num ataúde numa festa
cerimonial traidora. Depois é resgatado por sua esposa Ísis, ressuscitado pela
mesma com seus dons mágicos e assim podendo gerar Hórus ( em alguns mitos,
dizem que a Ísis copula com ele mesmo morto, pois n conseguiu trazê-lo de volta
a vida. Parece que necrofilia era fetiche antigo e teve uma percursora hehehe
:3). Após isso entra novamente em batalha com Seth, fazendo que tenha o seu corpo
esquartejado e espalhado pelos confins do Egito. Osíris então passa a reinar no
submundo julgando as almas dos mortos. Perante o tribunal de Rá, lutou pra que
Hórus retomasse o reino das terras férteis do terrível Seth, que era seu por
direito.
*Magnância de Osíris, o ressuscitado.
ÍSIS
Também
conhecida em alguns cultos como Hathor, A deusa da maternidade e fertilidade,
além de protetora dos mortos, mãe de Hórus e também esposa de Osíris. Em seus
mitos, é uma poderosa e astuta feiticeira, que acaba roubando o conhecimento e
poder de Rá, infringindo-o com a picada de uma serpente, que somente ela sabe o
antídoto, (para descobrir um dos nomes de poder de Rá, somente com o animal
mais peçonhento do Egito, que por sinal nos lembra a grande Apóphis ne? ORA ORA
ORA temos uma xeroque Holmes aqui). Ísis tem um papel fundamental no mito de
Osíris, pois é ela quem vai ao resgate do amado de forma leal, todas as vezes
que é destronado por Seth. O culto a essa deusa, oriundo do delta do Nilo, se
estendeu as fronteiras do Egito, sendo encontrados templos, até mesmo na Grécia.
*Ísis, a grande mãe
Seth
O temível Deus da
desordem, guerra, confusão. Possui aspectos negativos como: ira, cólera,
crueldade, causador de desastres e doenças, autoritarismo e morte. Mais tarde, ganha
uma face positiva, sendo o responsável por deter a Serpente Apóphis, na barca
solar no lugar de seu pai Rá. Possuía
domínio das terras áridas, o que foi motivo suficiente de inveja e ira contra
seu irmão Osíris, que possuía as invejáveis terras férteis do Egito ( você
também não colabora né Sr. Atum-Rá? Poderia ter dado meio a meio, mas preferiu
ver o pau quebrar né? Aliás... eu também gostaria hahsgsghahgahsg).
Apesar de seus aspectos considerados negativos, ele faz parte do equilíbrio cósmico. Os faraós consideravam Seth um dos deuses que lhe deram poder e autoridade por todo Egito.
Seth assume forma animal bem indefinida, um animal com traços caninos, nariz pontudo e orelhas longas, cabelo na cor vermelha, representando o deserto e levando como símbolos de poder, o Ankh e um báculo de ponta invertida.
*Seth, o terror do deserto
Em breve parte 2 ;)
Documentários indicados :
Referências
" Somos o caos na ordem e a ordem no caos "
Por Matahari Del Rey
sexta-feira, 16 de março de 2018
Daath, a Sephira falsa e oculta
Se você buscar "Árvore da vida, cabala" no Google, encontrará diversos modelos da árvore da vida, alguns deles terão logo acima de Tipheret uma esfera chamada Daath; eu já havia mencionado que Daath era a fruta do conhecimento que Adam Kadmon consumia e então, se fragmentava, porque em Daath havia o bem e o mal, porém, eu não expliquei seu sentido na árvore da vida e o porquê dela não ser realmente uma sephira, mas que as vezes é representada como tal.
É importante colocar em mente: Daath não é uma sephira, ela não tem o mesmo papel que as outras e tem um significado particular e especial, pois é através dela que conseguimos alcançar a parte geradora da árvore da vida, é o último passo que damos para adentrar o plano energético de Biná, Chochmá e Kether.
Percebam que ela está situada no meio, no pilar central, acima dela há Kether (a evolução completa), abaixo dela Tipheret (o encontro com o SAG), é através do pilar central que o adepto ganha o equilíbrio, a ascensão do adepto se dá pela coluna do meio (observe a árvore da vida), quando ele atinge Tipheret, ele ganha o equilíbrio, é através da conciliação das energias opostas da árvore (a do rigor do lado esquerdo e a do amor do lado direito) que há a consagração no caminho do meio, chegando a Tipheret.
No momento em que o adepto alcança Tipheret, nasce "O FILHO", há o diálogo com o SAG, mas quem seria a figura do SAG? O Sagrado Anjo Guardião também chamado de Self é uma figura simbólica para o seu EU SUPERIOR e é em Tipheret que há o diálogo com você mesmo.
No Zohar Rabbi Bar Yochai diz que como no mundo do infinito o tempo não existe propriamente, nós já existimos em Ain Soph Aur como humanidade evoluída, ou seja, nós já habitamos Ain Soph Aur como Adam Kadmon com todos os nossos desejos egoístas corrigidos, mas devido ao distanciamento e à falta de percepção dos nossos sentidos físicos e talvez até mentais, precisamos ganhar a sensação da evolução, para isso trilhamos lentamente nossa caminhada com o sentimento de que não alcançamos ainda o estado final porque há a compensação do tempo, espaço e energia aqui.
Ora, lembremo-nos de que se em Ain Soph Aur habita o Criador e lá apenas cabe ele, como cabemos nós (Adam Kadmon) em Ain Soph AUr? É aqui que nós percebemos que somos o próprio Criador, sim, nós somos o próprio Criador que nos cria, nos conserva e nos destrói (perceba a correlação com os deuses do hinduísmo, Brahma constrói, Vishnu conserva e Shiva destrói) para então nos criarmos novamente, como Criaturas e Criadores sempre temos a vontade de doar e receber, é por isso que há a máxima hermética "O Tudo está no Todo e o Todo está no Tudo".
Laitman diz, baseando-se em Yochai que nós já estamos evoluídos em Ain Soph e como, que em uma sensação de "delay" nós ainda temos a sensação de estarmos aqui, portanto, nós já passamos por tudo isso, é coerente pensar que nós nos assistimos em Ain Soph Aur e "guiamos" indiretamente, nossos próprios passos e os da humanidade. Quando há a consolidação em Tipheret nós entramos em contato com o nosso Eu de Ain Soph, que nos guiará para a porta de Daath, ou a porta do próprio ABISMO.
Daath é considerada uma falsa sephira, denominada de "sephira" oculta, é ela que é o abismo que separa a realidade da ilusão, se nós atravessamos Maya em Malkuth (o véu da ilusão material), nós atravessaremos aqui Mara, o próprio senhor da ilusão, é Daath quem separa a percepção dual da percepção una, abaixo de Daath há a percepção dual (o maniqueísmo, o dualismo que já discutimos) e acima de Daath há a percepção una em Kether (a visão única de um Todo), é Daath quem separa e cria a tensão constante entre o Macrocosmo e o Microcosmo e é exatamente por isso que ela é chamada de falsa sephira, porque seu intuito é desviar a atenção da verdade, é desviar o adepto do caminho do meio para Malkuth novamente.
Aquele que estiver pronto para atravessar Daath passará por Mara ou como Aleister Crowley diz, o adepto enfrentará Choronzon (figura arquétipica da sombra), o habitante do abismo, a figura monstruosa que decide quem passa e quem é aniquilado; aquele que estiver pronto para ultrapassar Daath e se instaurar em Kether, aniquila o EU, o EGO e atinge a “perfeição”, mas aquele que não está pronto é devorado e aniquilado por Choronzon. Aqui percebemos a genialidade dos egípcios, na mitologia (que não tem nada de mitologia) egípcia: o morto atravessará o Duat, um local cheio de travessias perigosas, ilusões, desafios e pestes e então, ao final de Duat se o morto conseguir sobreviver, seu coração será pesado por Anubis juntamente à pena de Ma'at (olhem a correlação com Choronzon), se o morto (adepto) for digno, ou seja, seu coração estiver em EQUILÍBRIO com a pena (TIPHERET) ele pode ir para o paraíso de Aaru, mas caso ele não seja digno, ele é aniquilado por Ammit, o devorador de almas (observem as correlações da árvore da vida com a mitologia egípcia e se questionem se esse conhecimento é ou não é passado por civilizações).
Portanto, Daath é a dobra na criação, quando se fala de Daath eu sempre faço uma analogia à Alice no País das Maravilhas, nós somos Alice, estamos lá sentados, lendo, em um belo local, quando avistamos o coelho apressado (SAG) corremos atrás dele e caímos no buraco (Daath) e iniciamos uma jornada confusa no país das maravilhas, que aqui será o abismo; essa falsa sephira seria a dobra que paira entre o mundo da criação e o da formação, por isso ela é tão confusa, conflitante e sombria, porque lá nada é somente criação e nada é somente realidade, lá habita apenas o caos,e é Daath a sede dos daemons da Goetia (que será explicada devidamente depois), dos demônios pessoais e é lá que estão presentes as Qliphots da Árvore da Morte (que será também ensinada ao seu tempo certo), quando você cai no buraco de Daath a árvore da vida vira ao contrário e você é redirecionado à árvore da morte, se você conseguir trilhar a Etz haDaat Tov vaRa (árvore da morte ou como a maioria dos cabalistas chamam, árvore do conhecimento do bem e do mal) você atinge Kether.
Reparem que o nome dado de árvore do conhecimento do bem e do mal faz uma analogia extremamente interessante ao momento da criação, em que Adam Kadmon come do fruto dessa árvore (proibida) e então cai em "desgraça", exatamente porquê essa árvore está simbolicamente situada em Daath e Daath é o caos, lembrem-se aqui da passagem bíblica em que Javé Deus diz que o homem é agora conhecedor do bem e do mal (portanto, ele está em Daath) e só falta alcançar o fruto da árvore da vida e viver eternamente, ou seja, o momento da Criação na Bíblia também pode ser visto como o próprio momento final da criação, em que após o homem conhecer o bem e o mal, ele come novamente da árvore da vida e volta à Ain Soph Aur como "nós", deuses.
É, portanto, necessário passar por Daath para alcançar Kether; quando há a simbologia que Jesus desce aos infernos (à mansão dos mortos) e depois se reergue a direita de Deus pai, aqui claramente nós vemos que para ascender é necessário antes ir ao fundo do poço. Fazendo uma breve analogia à Divina Comédia, quando Virgílio encontra Dante na selva e Virgílio o guia para passar pelo inferno e purgatório para alcançar o paraíso, podemos aqui nos colocar como Dante e compreender o sofrimento necessário para alcançar a eternidade e iluminação.
Toda iluminação vem através de expiação, o caminho que não for árduo, não é o caminho verdadeiro.
Was erschrickst du deshalb? – Aber es ist mit dem Menschen wie mit dem Baume. Je mehr er hinauf in die Höhe und Helle will, um so stärker streben seine Wurzeln erdwärts, abwärts, ins Dunkle, Tiefe – ins Böse. - Also sprach Zararathustra, Nietzsche
(tradução literal) Por que você se assusta? O que acontece para a árvore, acontece também para o homem. Quanto mais deseja elevar-se para as alturas e para a luz, mais vigorosamente enterra suas raízes para baixo, para o horrendo e profundo: para o mal.
[Friedrich W. Nietzsche in 'Assim falou Zaratustra']
Referências:
- Árvore da Vida, Israel Regardie
- Cabala mística, Dion Fortune
- The Zohar, Michael Laitman
Por Catarina Florentz
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