domingo, 25 de março de 2018

Os Princípios Herméticos

Os princípios herméticos interpretados dentro dos conceitos Cabalísticos


O que é o Hermetismo?   


Hermetismo é um conjunto de doutrinas de cunho místico, um tipo de sistema mágico e filosófico que tem como figura principal Hermes Trismegistus (Hermes três vezes grande), essa deidade é uma junção de aspectos, um sincretismo da figura divina do deus grego Hermes e do deus egípcio Toth, ambos os deuses eram reconhecidos por suas características de transmitir um conhecimento místico à humanidade, sendo Hermes um mensageiro e Toth um escriba, além de serem deuses relacionados à inteligência, diplomacia, divinação, alquimia, astrologia, astronomia e à magia em geral.

O Hermetismo tem muito dos ensinamentos egípcios e gregos misturados, até por causa do sincretismo de suas divindades; é foco do Hermetismo a ascensão do ser humano através do estudo de seu próprio corpo, sua própria mente e do que está ao seu redor, como o estudo dos elementos e a sua importância para os humanos, dentro do hermetismo há muito o estudo do que nos rodeia, como o plano astral, o plano mental, os elementos, o micro e o macrocosmo, entre muitos outros assuntos.

Nesse post iremos falar sobre o Caibalion em específico e sobre as leis herméticas, até porque, os outros assuntos serão tratados de forma natural ao decorrer dos outros textos, quero que compreendam, acima de tudo as leis que regem o macrocosmo e o microcosmo.

"Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento." − O CAIBALION −



OS 7 PRINCÍPIOS HERMÉTICOS:


I - Princípio do Mentalismo

"O TODO é MENTE; o universo é mental"

Este princípio está muito ligado à ideia que eu já explanei sobre o Criador está presente em tudo e que nós também somos parte dele; aqui é explanado o modo em que o TODO (realidade substancial que se oculta em tudo o que vemos e se manifesta em nosso mundo material e imaterial, segundo o Caibalion) é espírito, incognoscível e indefinível em si mesmo, ou seja, nós não podemos ter a noção do tamanho do Criador, nem mesmo o que ele é, ele não pode ser definido, nem classificado, nem compreendido, porém o que podemos ter um tipo de certeza é que ele é uma mente vivente INFINITA e universal, TODO o nosso UNIVERSO é uma criação mental do TODO. É aqui que aplicamos aquele conceito já explanado antes: a visualização de uma mente infinita se materializa. Ou seja, nós somos um tipo de pensamento vivo do TODO. É importante ter em mente a compreensão de que se o Todo pudesse ser mensurado ou compreendido ele não seria O TODO, mas seria algo, a partir do momento que ele é algo há um limite, logo, ele não poderia ser o Criador. 

II - Princípio da Correspondência

"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima."

Este é um princípio um pouco difícil de visualizar e compreender por aqueles que não conheceram um pouco sobre o estudo da Árvore da Vida, aqui há a quebra do maniqueísmo, do dualismo, é através desse princípio que alcançamos Kether e deixamos Daath.

"E disse Javé Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

Gênesis 1:26"

Quando eu vos disse que nós éramos de certa forma o próprio Criador, pôde parecer confuso, mas aqui podemos ver claramente isso, nós somos a semelhança de Elohim porque nós somos, de algum modo, eles próprios distanciados de Kether, nós estamos dentro de Elohim e Elohim está dentro de nós, porque tudo que há em cima é igual ao que está embaixo, nós também temos a capacidade de criar, de dominar, de profetizar, de curar, assim como o próprio Criador.

Bem e mal não existem, ambos são a polaridade inversa da mesma moeda, sem um não existe o outro e muitas vezes o bem é o mal e o mal pode ser o bem, nada é totalmente dual. A mão do Criador que afaga é aquela que também pune; o inferno e o céu são os mesmos lugares de extremos diferentes, todos os extremos se tocam de certa forma. Quando você passa a árvore da vida, você também está situado na árvore da morte e vice versa.

Abandonemos aqui o que nos foi ensinado que o mundo pode ser branco OU preto, a pessoa pode ser BOA ou MÁ, tudo pode ser FELIZ ou TRISTE, a partir daqui, não há mais dualismo, a partir daqui enxergaremos como polaridades da mesmíssima coisa.

III - Princípio da Vibração

"Nada está parado; tudo se move;tudo vibra."

Quanto maior for a vibração, mais elevada será a posição do espírito que a vibra.

Tudo está em constante movimento, desde as coisas materiais, até as temporais, até o próprio TODO, tudo é pura vibração. As coisas mais materiais vibram vagarosamente, quase parando, mas aquilo que não o é vibra em uma intensidade muito maior.

Parem por um minuto antes de dormir, deitem-se de barriga para cima e visualizem uma bola de energia que vai do topo da sua cabeça até a ponta dos teus pés, ela vai aumentando a velocidade a cada ida e a cada volta. Você irá reparar que todo o seu corpo irá vibrar muito forte e então você lembrará desse princípio universal.

Nós como humanos podemos vibrar de diferentes maneiras, nossos pensamentos são vibrações assim como nosso próprio espírito, o ato de imaginar gera diversas vibrações que se propagam tanto no nosso ambiente, quanto no plano astral, por isso é comum quando você está em um ambiente cheio de pessoas se sentir ansioso ou quando há uma pessoa que vibra muito baixo, você se sentir sugado ou ela te passar aquela sensação ruim. Tudo a nossa volta vibra e emana, é através de nossas vibrações que evoluímos pela árvore da vida e da morte.

IV - Princípio da Polaridade

"Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados."

Associemos este princípio ao princípio da correspondência, tudo é duplo, porém nada é dual, tudo tem seu bom e ruim, tudo tem seu preto e branco, as polaridades se chocam e constituem uma única coisa, o diabo é deus e deus é o diabo, não há bem sem o mal e não há mal sem o bem, aqui as forças são totalmente complementares e não aniquiladoras. É através deste princípio que vemos que tudo pode ser interpretado de dois lados, que todas as verdades não podem ser totalmente verdades porque a existência de uma verdade absoluta é quando TODOS acreditam nela e isso é praticamente impossível de ocorrer em nosso mundo físico, portanto, não existe o certo e o errado, verdade ou mentira porque tudo isso depende do referencial, o que é bom para um pode ser mau para outro e vice versa.

É como está escrito no Caibalion: "Olhai para o vosso termômetro e vede se podereis descobrir onde termina o calor e começa o frio! Não há coisa de calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor e frio indicam somente a variação de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibração."

V - Princípio de Ritmo

"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação."

Em tudo se denota um movimento de ida e vinda, de alto e baixo, de queda e subida, atração e repulsão. Nota-se esse princípio sempre em nossa vida, quando estamos bem algo tende a ocorrer e ficamos mal, nada nunca está definido, fixo, o ritmo de subida e queda é constante e crucial, lembra-se do nosso último texto sobre Daath? Em que eu disse que sem a dor não havia a alegria? E que o equilíbrio se dava pela junção do lado esquerdo (rigor) da árvore da vida com o lado direito (amor)? É aqui que se situa isso, esse ritmo de ida e volta, subida descida, esse constante movimento é o próprio equilíbrio, "o ritmo é a compensação".

VI - Princípio da causa e do efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei."

Aqui está se falando do famoso "Karma", como já discutimos todo tipo de situação que passamos há um ensinamento por trás, a Lei nada mais é do que o próprio retorno agindo em consequência de uma ação que já foi proferida. É também o ritmo de compensação, quando você empurra um objeto a sua tendência é mover-se pelo próprio princípio da Inércia "Todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele", toda ação que você causa gera um efeito no mundo físico e espiritual e esse efeito muitas vezes gera uma ação, esse movimento de ação e reação é o próprio alcance do equilíbrio universal.

VII - Princípio do Gênero

"O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos."

Aqui está a figura do Yin Yang, a figura de Biná e Kether, a figura feminina Yin e Biná e a figura masculina Yang e Kether, em tudo há o gênero, ninguém é somente homem ou mulher, ninguém é somente feminino ou masculino, nós somos o aspecto unificado dessas duas polaridades passiva e ativa que regem todo o mundo. Sem o útero não há a vida assim como não há a vida sem o sêmen, a própria Criação é o resultado dos dois gêneros se unificando e se manifestando em uma coisa só: A Criatura. 

Logo, além de afastarmos a pobre noção de que não temos nenhum polo feminino ou masculino dentro de nós mesmos, podemos compreender que o próprio Criador também tem ambos os polos, por isso, imaginar o Criador sendo um homem, é um erro, devemos imaginá-lo como algo que transcende ao sexo, algo que transcende o que é meramente humano, quando deixarmos de ver o Criador como algo humano, poderemos elevar nossa consciência para outros aspectos.

Após a explanação destes princípios universais podemos compreender a própria Criação e a própria Criatura, podemos combinar através deles o Macro e o Microcosmo, porquê as leis se aplicam à ambos. É importante compreender que o TUDO está no TODO assim como o TODO está no TUDO e não há divisão, não há dualidade, a divisão é apenas ilusão provocada por Daath, tudo é unificado, nós somos apenas UM.



Por Catarina Florentz 

quarta-feira, 21 de março de 2018

Tantra - A Sexualidade Sagrada

O tantra (última parte) 



Maithuna [Sexo] com sensibilidade e a Sexualidade Sagrada

Existe uma diferença entre Sexualidade e Genitalidade, embora esta questão seja apenas percebida por iniciadas[os]. A Genitalidade é o que podemos chamar de instinto corporal [o Ato Sexo-Coito com um fim em si mesmo] e a Sexualidade é o que podemos perceber como Energia Sexual [Sexualidade Sagrado].

O Maithuna [Ato Sexo] no Tántra.

Maithuna [ato sexual] é a percepção sensorial da mulher e do homem como sendo a mulher a "encarnação" da própria divindade. Está percepção consciente entre a mulher e o homem tántrico nos faz perceber a Sexualidade e o entrelaçamento entre os parceiros tántricos como algo Sublime, onde as partes se tornam capazes de conceder, um ao outra um estado de Graça. Maithuna se estabelece para obter a pureza [eliminação de ruídos] durante o ato sexual, nos levando à "Alquimia" da Sexualidade Sagrada. As técnicas de Maithuna pertencem a Tradição Ancestral secreta Gupta Viyá [ciência secreta], é para o despertar da Kundaliní [a serpente que se eleva] e a eclosão do Samádhi [auto-conhecimento].

Os níveis de Maithuna [Ato Sexo] no Tántra.

[1] relação sexual mental - isso ocorre quando uma pessoa deseja a outra e visualiza um ato sexual de amor com ela, e começa a desencadear as forças do tántra. Assim, tudo que foi produzido em um plano objetivo, é como uma cristalização [materialização] do que foi inicialmente plasmado em um plano subjetivo. Assim que uma das partes "mentalize" ou energize uma aproximação com a outra, esta intenção se tornará uma realidade. Mesmo que essa prática [energética] contribua para a realização do que foi visualizado, jamais poderá ser realizada sem a livre vontade das partes [permissão].

Se a "energização" encontrar um campo de reciprocidade favorável ou inclusive neutro, será realizada. No entanto, quando a outra pessoa não quer, as leis naturais impedem que a liberdade da pessoa seja violada.

[2] relação sexual do olhar - O olhar tem um poder extraordinário para estabelecer laços profundos entre pessoas, gerar amor e desencadear excitação amorosa e estabelecer vínculos definitivos entre duas pessoas.

[3] relação sexual da direção das palavras - Falar com alguém, olhar ou toca-la [lo] poderá manifestar modulações das mais variadas, que vão desde uma contado assexuado até deflagrar a chama do Maithuna ou poderá inibir e desconectar qualquer estimulo. Escolher bem o tom de voz e as palavras é fundamental.

[4] relação sexual pelo toque - O toque poderá ser estimulante ou desestimulante. Pode se carinhoso ou generoso. Pode ser, simplesmente, um toque neutro. Quase sempre nos tocamos de maneira inadequada, um toque pode transformar as energias e impactar a pessoa de maneira positiva ou negativa. No entanto, o toque é uma Arte que devemos desenvolver cuidadosamente e estar atento aos pontos sensíveis da 
pessoa.

[5] relação sexual pelo beijo - O Beijar [tántrico] é fazer amor. Tocar com os lábios suavemente os lábios de uma parceira[o] no tántra, permite que as texturas, temperaturas e aromas seja compartilhados e desfrutados. Constitui uma oferenda e proporciona privilégios. A saliva é considera como sendo 
semelhante a um orgasmo. O mesmo "condimento" que excita a boca, excita a sexualidade.

[6] relação sexual da caricia corporal - Cada pessoa sente mais prazer em determinadas áreas do corpo e com diferentes formas de caricias. Saber dessas áreas é  fundamental para uma relação sexual integrativa e profunda.

[7] relação sexual da penetração - Em um contato sexual tántrico a penetração acontece quando chega o momento apropriado. Como no tántra o objetivo principal não é a ejaculação pela via do domínio e possessão do homem [patriarcal, anti-sensorial e repressor] sobre a mulher, a ejaculação poderá simplesmente não ocorrer durante um ato sexual, o orgasmo [duas coisas diferentes] sim. No Tántra o Orgasmo é considerado como o momento da manifestação ou co-criação da Energia Sexual, energia esta que tem a capacidade criativa e poderá ser direcionada para impulsionar os propósitos de realizações da vida pessoal ou coletiva dos companheiros tántricos.

A Sexualidade Sagrada [Tántra] poderá ser iniciada ou finalizada desde qualquer um desses 7 níveis ou seguir por todos os níveis. Acontece de a Energia Sexual necessária ser manifestada desde qualquer um desses níveis e ser concluído como um ato Sexual Sagrado.

[fim]. 





domingo, 18 de março de 2018

Tarot

Tarot Iluminatti

O Tarot, ou tarô, começou apenas como um simples jogo de 78 cartas, jogado na França e seus vizinhos, em meados  do século XV. Tido como um jogo de nobres na Europa continental, começou com 21 cartas chamadas de trunfos, 1 curinga e 4 conjuntos de naipes  contendo 14 cartas, sendo 10 numeradas e 4 figuras.

Primeiro jogo de cartas, do qual originou o oráculo tradicional de Tarot
                    
A partir do século XVII, o simples jogo passou a ser testado e usado pra fins divinatórios, sendo chamado de Tarot Esotérico, no fim do século XIX, passou a fazer parte da aba do esoterismo e difundido pelo meio  ocultista, juntamente com a  cabala, alquimia, astrologia, hermetismo.

A origem certa do Tarot, ainda permanece uma incógnita, mesmo levando em considerações, diversos livros e pesquisas sobre o mesmo, ainda não é possível dizer com precisão seu surgimento, mas apenas estimar, as primeiras lâminas das quais se tem registro foram confeccionadas em 1392, dando origem ao Tarot de Marselha – o mais clássico dentre todos.

Tarot de Marselha
Um ocultista, estudioso das artes divinatórias, Alliette, após a Revolução  Francesa, foi o responsável pelo desenho e criação do primeiro baralho esotérico. Utilizou seus conhecimentos astrológicos e cultura egípcia, para atribuir símbolos e textos que trouxessem a luz, os atuais significados divinatórios às cartas. Segundo ele, Hermes Trimigesto e mais alguns magos herméticos, teriam escrito o livro de THOT, num templo situado em Memphis, Egito. Após algum tempo de sua difusão, Mademoiselle Marie Anne Le Normand, tornou popular a divinação, no reinado de Napoleão.


Algumas teorias afirmam que, os ciganos nos territórios da Suíça, Itália e Espanha, foram responsáveis pela expansão do Tarot e da cartomancia na Europa, passando a ter função adivinhatória popular.
Desde sua criação, diversos baralhos diferentes têm sido criados, uns seguindo os tradicionais, outros seguindo inspiração divina. Alguns contem imagens de fadas, deuses, anjos, com estilos variados: góticos, tradicionais, fantásticos, e outros estilos. Embora sejam oráculos, não seguem estruturas tradicionais: invertem naipes por exemplo.

Baralho de Anne Stokes


Tarot baseado no seriado GOT

Para que serve o estudo do Tarot?

Formado por 22 cartas (lâminas) os Arcanos Maiores e 56 como Arcanos Menores. Arcano vem da palavra em latim “Arcanum” que quer dizer mistério. É uma jornada pessoal. É a busca pelo amadurecimento, através do significado de cada carta. 
Compreensão dos conselhos que nos é dado, pelo estudo das emoções humanas, angústias, medo, incertezas. Serve pra adivinhar, esclarecer, como autoajuda, revigorar ânimos, fazer uma pessoa acreditar em seu potencial e melhorar suas habilidades, trazer  a tona, verdades do inconsciente e manifestar no consciente.

Ao buscarem cartomantes e tarólogos, as pessoas estão acostumadas a fazerem uma série de perguntas para descobrir o futuro, única coisa que permanece desconhecida aos olhos humanos, já que hoje, a ciência é capaz de responder de forma lógica a maioria dos eventos seja pela biologia, química, matemática, física e etc. Mas nota-se, que não estão preparados pra frustração que vem, ao descobrir que aquele emprego previsto, há 2 meses não veio, pois o foco ficou apenas no que foi dito pelo oraculista, mas não em mudar atitudes, de dentro pra fora, ou mover ações pra gerar consequências, sendo que o futuro depende do presente. Para que ele seja concluído da forma que o Tarot  previu, necessita de ação e movimentação. 
Empregos não batem a porta sem que você distribua currículos ou faça esforços pra mudar seu estado atual. É preciso sair da inércia. Aquele cargo novo na empresa, não será seu, se você não mostrar suas habilidades inerentes ao cargo almejado. Outra pessoa foi atrás da oportunidade, mostrou habilidades compatíveis e logicamente conseguiu na sua frente. Isso não significa que o tarólogo estava errado, quando disse que viu você obtendo sucesso, mas você provavelmente ignorou a atitude mais importante: ação, para gerar a reação que mais almejava.

O futuro visto não é imutável, depende do presente e depende que cada qual faça sua parte.

Tarot Egípcio

Métodos de tiragens

Existem vários métodos de tiragens, desde os descritos em livros de Tarologia como aquele adaptado por você mesmo. Segue alguns métodos:

·       Tiragem de uma carta: usada para meditação e estudo;
·       Tiragem de duas cartas: situação e desafio;
·       Tiragem de três cartas: tiragem simples e prática;
·       Tiragem em cruz: feito com 5 cartas, bastante flexível
·        Kairallah: feita com 4 cartas mais a inclusão de uma quinta carta sorteada;
·        Péladan: feita com 5 cartas;

Dicas para aprendizado do Tarot

São dicas que eu sigo e que acho confortáveis pra mim, pode-se adaptar conforme preferência e instinto pessoal.  Lembrando que, o oráculo é justamente uma conexão divina, onde você procurar comunicar da melhor maneira com o ‘eu interior’ e as verdades ocultas:

  1. Documente cada tiragem. Coloque, por exemplo, data, hora, dia da semana, correspondência planetária, significados das tiragens e etc; 
  2. Isso vai ajudar no amadurecimento e aprendizado de cada lâmina;
  3. Estude e pratique por muito tempo cada lâmina e seu significado; 
  4. Esqueça as cartas invertidas enquanto iniciante;
  5. O tarô não pertence a nenhuma ordem, religião ou fraternidade, sinta-se livre pra estudá-lo; 
  6. Impossível interpretação do Tarô corretamente sem bastante estudo, dedicação em cursos e leituras de livros; 
  7. Medite cada carta por um tempo, alguns dizem que a meditação de cada carta leva 21 dias, particularmente acho muito tempo, pode ser feito em menor tempo, desde que você tenha segurança pra passar pra meditação da próxima carta; 
  8. Foque no significado do Arcano;
  9. Aprender a fazer ‘leitura literal’ de cada lâmina, o verbalizar apenas o que cada uma realmente significa; 
  10. Enquanto iniciante estudar tiragens simples, tiragens como Mandala Astrológica e Cruz Celta devem ser deixadas para quando tiver segurança perante os estudos;
  11. Dicas extras: se refere ao cuidado e manuseio do tarot, como guardar em caixa ou em saquinhos de tecido, manusear com as mãos limpas, evitar molhar, alguns incensos soltam fuligens e acaba manchando as cartas;


Imprima aqui o deck do Universal Rider-Waite-Smith 

" Somos o caos na ordem e a ordem no caos "

 Por Matahari Del Rey

sábado, 17 de março de 2018

Panteão Egípcio


PARTE I 




No Antigo Egito, a religião era primordial e teocêntrica, estava presente do nascimento até a morte do individuo (ritos fúnebres). Os deuses participavam das atividades corriqueiras, festas, ritos de casamentos, ou seja, em todas as atividades humanas eles eram lembrados e homenageados.
A religião era de cunho politeísta, antropozoomórfica, suas crenças foram registradas no Livro dos Mortos. Os Egípcios acreditavam em vida após a morte, que os levaram a desenvolver técnicas de mumificação, para garantia da passagem para outra vida, pois eles acreditavam que a alma, precisava de um corpo conservado para morar por toda eternidade.
Os Egípcios tinham incontáveis deuses com aparência e funções variadas, sendo universais ou apenas locais/ regionais. As artes, como pinturas e esculturas, eram dedicadas à glorificação desses deuses.

O início da cosmogonia


*Existem teorias que encaixam THOTH como filho de SETH, em outras de RÁ-ATUM, nesse caso ele se senta na barca de seu Pai junto com Bastet.

Cosmogonia é qualquer modelo, teoria ou especulação sobre criação do Universo nos mitos religiosos, tendo em muitos deles a água, como substância primordial da criação.
Para os egípcios, a criação se dá de um único ato da vontade suprema, a partir da escuridão do caos original.
Seu criador era NUN, o espírito primogênito, que possui aspecto de barro. De NUN, surgiu a primeira força em forma de espírito de LUZ, RÁ, o pai de tudo que habita sob seus raios.
Da vontade de Rá, irá nascer os dois primeiros filhos diferenciados: Tefnet deusa das águas que caem na terra e Chu deus do ar, permanecendo no firmamento compartilhando a glória do Pai e seu poder (e eles permaneceram ‘incesto’ lugar em safadeza ahhshshagh)

Tefnet e Chu se unem e criam dois novos filhos, Geb, deus da terra e Nut, deusa do céu, que também se unem e criam os 4 filhos do céu e da terra, formando a primeira geração de deuses a viverem no solo do Egito, dando luz a ideia de bem e mal morte e vida. São eles: ÍSIS, OSÍRIS, NÉFTIS e SETH.


*Conta-se que Rá, o deus SOL e da criação, ficou irado com a união de Nut, a estrelada, com GEB, personificação masculina da terra, pois tinha muito medo de ser destronado. Sendo assim, quando descobriu a existência dos filhos desses deuses, obrigou a Shu, o AR, que permanecesse entre eles, os separando pelo sopro, evitando assim, o nascimento de novos deuses.



Em alguns cultos, chamado de ATUM-RÁ, outros AMÓN-RÁ e em alguns mitos ele se funde com HÓRUS, formando RÁ-HORAKHTY. Há outro mito em que Rá se metamorfoseia em ATON, isso no reinado de Amenhotep III. O deus Sol, dono da barca Solar. Tem sua personificação associada ao falcão e ao gavião. Rá guerreia com a serpente APÓPHIS ou APEP, personificação do caos, ao cair de cada noite (diga-se de passagem, leva um pau da Apep toda noite, já que logo foi substituído pelo poderoso Seth, por estar velho e cansado).


*Rá em sua barca e Apep enrolada, sendo enfrentada por Seth


OSÍRIS
Considerado o primeiro faraó da terra, filho mais velho de Geb e Nut, deus que julga os mortos e também responsável por fartura.  
Sua representação como animal era rara. A cor verde ou negra para sua pele era a tonalidade mais usada, como representação de renascimento e fertilidade. Consorte de sua irmã Ísis, pai de Hórus, foi o deus mais famoso do panteão egípcio devido aos inúmeros templos levantados. Dono de um dos maiores e mais complexos mitos, guerreia com seu irmão Seth, onde tem seu corpo encarcerado num ataúde numa festa cerimonial traidora. Depois é resgatado por sua esposa Ísis, ressuscitado pela mesma com seus dons mágicos e assim podendo gerar Hórus ( em alguns mitos, dizem que a Ísis copula com ele mesmo morto, pois n conseguiu trazê-lo de volta a vida. Parece que necrofilia era fetiche antigo e teve uma percursora hehehe :3). Após isso entra novamente em batalha com Seth, fazendo que tenha o seu corpo esquartejado e espalhado pelos confins do Egito. Osíris então passa a reinar no submundo julgando as almas dos mortos. Perante o tribunal de Rá, lutou pra que Hórus retomasse o reino das terras férteis do terrível Seth, que era seu por direito.






























*Magnância de Osíris, o ressuscitado.


ÍSIS

Também conhecida em alguns cultos como Hathor, A deusa da maternidade e fertilidade, além de protetora dos mortos, mãe de Hórus e também esposa de Osíris. Em seus mitos, é uma poderosa e astuta feiticeira, que acaba roubando o conhecimento e poder de Rá, infringindo-o com a picada de uma serpente, que somente ela sabe o antídoto, (para descobrir um dos nomes de poder de Rá, somente com o animal mais peçonhento do Egito, que por sinal nos lembra a grande Apóphis ne? ORA ORA ORA temos uma xeroque Holmes aqui). Ísis tem um papel fundamental no mito de Osíris, pois é ela quem vai ao resgate do amado de forma leal, todas as vezes que é destronado por Seth. O culto a essa deusa, oriundo do delta do Nilo, se estendeu as fronteiras do Egito, sendo encontrados templos, até mesmo na Grécia.


*Ísis, a grande mãe


Seth

O temível Deus da desordem, guerra, confusão. Possui aspectos negativos como: ira, cólera, crueldade, causador de desastres e doenças, autoritarismo e morte. Mais tarde, ganha uma face positiva, sendo o responsável por deter a Serpente Apóphis, na barca solar no lugar de seu pai Rá.  Possuía domínio das terras áridas, o que foi motivo suficiente de inveja e ira contra seu irmão Osíris, que possuía as invejáveis terras férteis do Egito ( você também não colabora né Sr. Atum-Rá? Poderia ter dado meio a meio, mas preferiu ver o pau quebrar né? Aliás... eu também gostaria hahsgsghahgahsg).
Apesar de seus aspectos considerados negativos, ele faz parte do equilíbrio cósmico. Os faraós consideravam Seth um dos deuses que lhe deram poder e autoridade por todo Egito.
Seth assume forma animal bem indefinida, um animal com traços caninos, nariz pontudo e orelhas longas, cabelo na cor vermelha, representando o deserto e levando como símbolos de poder, o Ankh e um báculo de ponta invertida.




*Seth, o terror do deserto

Em breve parte 2 ;)


Documentários indicados :


O livro dos Mortos do Egito: https://www.youtube.com/watch?v=ganPNUSQBFw

História dos deuses do Egito: https://www.youtube.com/watch?v=w0LRWCNajkw

Legado do EGITO: O demônio: https://www.youtube.com/watch?v=MY4ly5kXB3c


Referências

" Somos o caos na ordem e a ordem no caos "
 Por Matahari Del Rey


sexta-feira, 16 de março de 2018

Daath, a Sephira falsa e oculta

Se você buscar "Árvore da vida, cabala" no Google, encontrará diversos modelos da árvore da vida, alguns deles terão logo acima de Tipheret uma esfera chamada Daath; eu já havia mencionado que Daath era a fruta do conhecimento que Adam Kadmon consumia e então, se fragmentava, porque em Daath havia o bem e o mal, porém, eu não expliquei seu sentido na árvore da vida e o porquê dela não ser realmente uma sephira, mas que as vezes é representada como tal.

É importante colocar em mente: Daath não é uma sephira, ela não tem o mesmo papel que as outras e tem um significado particular e especial, pois é através dela que conseguimos alcançar a parte geradora da árvore da vida, é o último passo que damos para adentrar o plano energético de Biná, Chochmá e Kether.

Percebam que ela está situada no meio, no pilar central, acima dela há Kether (a evolução completa), abaixo dela Tipheret (o encontro com o SAG), é através do pilar central que o adepto ganha o equilíbrio, a ascensão do adepto se dá pela coluna do meio (observe a árvore da vida), quando ele atinge Tipheret, ele ganha o equilíbrio, é através da conciliação das energias opostas da árvore (a do rigor do lado esquerdo e a do amor do lado direito) que há a consagração no caminho do meio, chegando a Tipheret.

No momento em que o adepto alcança Tipheret, nasce "O FILHO", há o diálogo com o SAG, mas quem seria a figura do SAG? O Sagrado Anjo Guardião também chamado de Self é uma figura simbólica para o seu EU SUPERIOR e é em Tipheret que há o diálogo com você mesmo.

No Zohar Rabbi Bar Yochai diz que como no mundo do infinito o tempo não existe propriamente, nós já existimos em Ain Soph Aur como humanidade evoluída, ou seja, nós já habitamos Ain Soph Aur como Adam Kadmon com todos os nossos desejos egoístas corrigidos, mas devido ao distanciamento e à falta de percepção dos nossos sentidos físicos e talvez até mentais, precisamos ganhar a sensação da evolução, para isso trilhamos lentamente nossa caminhada com o sentimento de que não alcançamos ainda o estado final porque há a compensação do tempo, espaço e energia aqui.

Ora, lembremo-nos de que se em Ain Soph Aur habita o Criador e lá apenas cabe ele, como cabemos nós (Adam Kadmon) em Ain Soph AUr? É aqui que nós percebemos que somos o próprio Criador, sim, nós somos o próprio Criador que nos cria, nos conserva e nos destrói (perceba a correlação com os deuses do hinduísmo, Brahma constrói, Vishnu conserva e Shiva destrói) para então nos criarmos novamente, como Criaturas e Criadores sempre temos a vontade de doar e receber, é por isso que há a máxima hermética "O Tudo está no Todo e o Todo está no Tudo".

Laitman diz, baseando-se em Yochai que nós já estamos evoluídos em Ain Soph e como, que em uma sensação de "delay" nós ainda temos a sensação de estarmos aqui, portanto, nós já passamos por tudo isso, é coerente pensar que nós nos assistimos em Ain Soph Aur e "guiamos" indiretamente, nossos próprios passos e os da humanidade. Quando há a consolidação em Tipheret nós entramos em contato com o nosso Eu de Ain Soph, que nos guiará para a porta de Daath, ou a porta do próprio ABISMO.

Daath é considerada uma falsa sephira, denominada de "sephira" oculta, é ela que é o abismo que separa a realidade da ilusão, se nós atravessamos Maya em Malkuth (o véu da ilusão material), nós atravessaremos aqui Mara, o próprio senhor da ilusão, é Daath quem separa a percepção dual da percepção una, abaixo de Daath há a percepção dual (o maniqueísmo, o dualismo que já discutimos) e acima de Daath há a percepção una em Kether (a visão única de um Todo), é Daath quem separa e cria a tensão constante entre o Macrocosmo e o Microcosmo e é exatamente por isso que ela é chamada de falsa sephira, porque seu intuito é desviar a atenção da verdade, é desviar o adepto do caminho do meio para Malkuth novamente.

Aquele que estiver pronto para atravessar Daath passará por Mara ou como Aleister Crowley diz, o adepto enfrentará Choronzon (figura arquétipica da sombra), o habitante do abismo, a figura monstruosa que decide quem passa e quem é aniquilado; aquele que estiver pronto para ultrapassar Daath e se instaurar em Kether, aniquila o EU, o EGO e atinge a “perfeição”, mas aquele que não está pronto é devorado e aniquilado por Choronzon. Aqui percebemos a genialidade dos egípcios, na mitologia (que não tem nada de mitologia) egípcia: o morto atravessará o Duat, um local cheio de travessias perigosas, ilusões, desafios e pestes e então, ao final de Duat se o morto conseguir sobreviver, seu coração será pesado por Anubis juntamente à pena de Ma'at (olhem a correlação com Choronzon), se o morto (adepto) for digno, ou seja, seu coração estiver em EQUILÍBRIO com a pena (TIPHERET) ele pode ir para o paraíso de Aaru, mas caso ele não seja digno, ele é aniquilado por Ammit, o devorador de almas (observem as correlações da árvore da vida com a mitologia egípcia e se questionem se esse conhecimento é ou não é passado por civilizações).

Portanto, Daath é a dobra na criação, quando se fala de Daath eu sempre faço uma analogia à Alice no País das Maravilhas, nós somos Alice, estamos lá sentados, lendo, em um belo local, quando avistamos o coelho apressado (SAG) corremos atrás dele e caímos no buraco (Daath) e iniciamos uma jornada confusa no país das maravilhas, que aqui será o abismo; essa falsa sephira seria a dobra que paira entre o mundo da criação e o da formação, por isso ela é tão confusa, conflitante e sombria, porque lá nada é somente criação e nada é somente realidade, lá habita apenas o caos,e é Daath a sede dos daemons da Goetia (que será explicada devidamente depois), dos demônios pessoais e é lá que estão presentes as Qliphots da Árvore da Morte (que será também ensinada ao seu tempo certo), quando você cai no buraco de Daath a árvore da vida vira ao contrário e você é redirecionado à árvore da morte, se você conseguir trilhar a Etz haDaat Tov vaRa (árvore da morte ou como a maioria dos cabalistas chamam, árvore do conhecimento do bem e do mal) você atinge Kether.

Reparem que o nome dado de árvore do conhecimento do bem e do mal faz uma analogia extremamente interessante ao momento da criação, em que Adam Kadmon come do fruto dessa árvore (proibida) e então cai em "desgraça", exatamente porquê essa árvore está simbolicamente situada em Daath e Daath é o caos, lembrem-se aqui da passagem bíblica em que Javé Deus diz que o homem é agora conhecedor do bem e do mal (portanto, ele está em Daath) e só falta alcançar o fruto da árvore da vida e viver eternamente, ou seja, o momento da Criação na Bíblia também pode ser visto como o próprio momento final da criação, em que após o homem conhecer o bem e o mal, ele come novamente da árvore da vida e volta à Ain Soph Aur como "nós", deuses.

É, portanto, necessário passar por Daath para alcançar Kether; quando há a simbologia que Jesus desce aos infernos (à mansão dos mortos) e depois se reergue a direita de Deus pai, aqui claramente nós vemos que para ascender é necessário antes ir ao fundo do poço. Fazendo uma breve analogia à Divina Comédia, quando Virgílio encontra Dante na selva e Virgílio o guia para passar pelo inferno e purgatório para alcançar o paraíso, podemos aqui nos colocar como Dante e compreender o sofrimento necessário para alcançar a eternidade e iluminação.

Toda iluminação vem através de expiação, o caminho que não for árduo, não é o caminho verdadeiro.

Was erschrickst du deshalb? – Aber es ist mit dem Menschen wie mit dem Baume. Je mehr er hinauf in die Höhe und Helle will, um so stärker streben seine Wurzeln erdwärts, abwärts, ins Dunkle, Tiefe – ins Böse. - Also sprach Zararathustra, Nietzsche

(tradução literal) Por que você se assusta? O que acontece para a árvore, acontece também para o homem. Quanto mais deseja elevar-se para as alturas e para a luz, mais vigorosamente enterra suas raízes para baixo, para o horrendo e profundo: para o mal.

[Friedrich W. Nietzsche in 'Assim falou Zaratustra']


Referências: 
  • Árvore da Vida, Israel Regardie 
  • Cabala mística, Dion Fortune
  • The Zohar, Michael Laitman 
Por Catarina Florentz 


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